"O inadequado prazer do adeus, O mentalizar de nunca mais Olhar para trás, os que foram seus Juntam-se agora aos demais; Uma prece por uma misericórdia enlouquecida Uma confissão de culpa por uma vida perdida; E os “eus” que discordam dentro de um empobrecido fragmentado, O exercito negro de vontades desse vulto tirano Que nada percebendo governa quebrado, desmantelado, Um reino em constante mutação, um império insano; “Tudo o que me pertence é invisível, mas arde ao toque involuntário.” Escreve o louco apaixonado no seu diário; Regista retorcidamente por linhas tortas, instantes e razões De gestos desequilibrados, de clamores e tanta cólera, Disputas que embalam como a mais suave das canções Os perpétuos opostos e o vento irado que sopra; A um passo do abismo decide o delicado então concluir: “Um marchar em frente e fugir.” De olhos cerrados e cabeça erguida lá avançou Para a cova despojada de certezas, procurando a veracidade Distante de todos e cada um, lá talvez se padeceu ou se encontrou, Julgo que ainda está por confirmar a excelência ou calamidade; Quem saberá do que sempre ambicionou perceber? Todos progredimos para a fossa que nos chama e quer receber; O sentido da existência emaranhada do ser insignificante que respira, A fome que assola o estômago, a sede de mais do que não sabe, O pretérito fede na epiderme que incessantemente transpira E o vindouro deverá vir em auxílio de quem a ele se abre; Querer pôr termo a si mesmo quando nada mais significa Não é mais do que sabedoria de quem a perna estica. A morte dos fracos, a viagem ao sub mundo e o beijo ao fogo maldito, Uma saída covarde dos desventurados da vida, que dizem ser bendita, Trilho escavacado, esse do nosso fado prescrito, Da nossa essência e de que a dita;" M
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Mais Uma Reflexão
Publicada por M à(s) 15:26 0 comentários
A Ressaca
Eu em ruína, e tu sem medo
De me amarrar à miséria
De estremecer o rochedo
De me tentar ao ridículo.
Que farisaismo!
E eu incrédulo ...
Que me vale o crer?
Ao que me parece
Este túnel não tem luz no fundo
Grito às silhuetas e questiono voraz de respostas
O porquê do nojo e da rejeição,
Depois o silêncio cai como um anoitecer
Este buraco é mais escuro que um coração assassino
E o equilíbrio que se ausenta, e a realidade que não o parece,
O meu corpo e os tremores, o pânico e a ânsia, a dor dentro de tudo em mim
O bater esquisito do motor, as sensações que não sei explicar
A força que costumava ter, a sede de vingança e conflito
O ódio com quem contava sempre e que jurava ser o meu fiel companheiro
Nem isso parece querer dar de si..
Por agora vou-me submetendo à circunstância do tempo
Que que agarra pelo pescoço, leva-me e sufoca
Pela viagem da vida aleatória e os caminhos imundos
E amanha, o amanha?Quem me diz onde estou?
Se ao menos hoje durasse para sempre,
Se ao menos a ressaca fosse permanente, mas diferente,
Eu poderia saber quem sou.."
M
Publicada por M à(s) 15:19 0 comentários